Feita a introdução a este assunto sobre os mundos subterrâneos, depois de a ter enquadrado em várias lendas e testemunhos sobre o mesmo, deixem-me agora falar-vos um pouco da história desse povo que vive no interior da terra. Uma história que começa exactamente no fim do segundo ciclo da humanidade acerca de setenta milhões de anos atrás. Por essa altura foi criada a terceira raça da humanidade actual, a primeira raça física chamada de raça Lemuriana. Aos poucos, numa sucessão de milhões de anos, essa raça desenvolveu uma civilização muito avançada em termos tecnológicos. No entanto, muitas advertências foram dadas pelos seres que criaram a nova raça, pois estavam a seguir caminhos perigosos ao usarem a energia nuclear como o sustentáculo de toda a sua civilização. Mas aquele povo, seguro de tudo aquilo que tinham alcançado, não deu ouvidos a essas advertências, acabando por ignorar tais conselhos. Desenvolveram uma civilização que assentava exclusivamente nessa energia, vivendo acomodados às virtudes e benesses de uma tecnologia que tudo lhes dava, tal como um filho, que ainda criança vive acomodado ao conforto e à protecção dos pais. Esta permitia-lhes fazer quase tudo; poucos eram os segredos para eles. Mas chegou um dia em que toda aquela tecnologia se desmoronou. Num período curto de tempo, o teor radioactivo da atmosfera subiu, paralisando por completo aquele monstro tecnológico. Viram-se assim perdidos tal como uma criança que se perde dos seus pais. Não tinham progredido como raça, acomodando-se às virtudes da sua civilização mecanizada que agora falhava deixando-os completamente indefesos. Tiveram então que deixar as cidades fugindo para as florestas e mais tarde, quando o teor radioactivo aumentou no planeta, para o interior da Terra. Os mais sábios, ignorados durante o período que precedera a catástrofe, começaram a relatar por escrito as histórias daquele povo, os perigos de uma tecnologia demasiado avançada sem a consequente compensação espiritual. Seria um aviso para as gerações futuras, uma forma de evitar que os mesmos erros fossem cometidos no futuro. Nesses mundos subterrâneos tiveram a oportunidade de começar de novo, construindo uma nova civilização. Durante gerações ignoraram a existência de um mundo na superfície que era lembrado apenas sobre a forma de lendas e mitos, e assim viveram no interior da Terra. Séculos depois, após uma evolução lenta mas segura, encontraram-se diante do mesmo dilema dos seus antepassados. Ao descobrirem alguns dos segredos do átomo puderam compreender os avisos deixados pelos sábios do passado em livros para eles até então enigmáticos. Avisos, esses, que não foram ignorados. Optaram pela energia magnética que logo abandonaram por terem compreendido que campos magnéticos de intensidade elevada produziam alterações físicas nos objectos e nos seres. E foi então que se deu a grande descoberta. A energia Ono-Zone proveniente das estrelas que lhes chegava através de poços magnéticos. Com o domínio dessa energia, deram grandes passos rumo a uma perfeição não apenas tecnológica, mas acima de tudo espiritual. A própria energia trazia em si a harmonia do todo, pois era como se fosse um pedaço da omnipresença e omnisciência da consciência universal. Podia ao mesmo tempo destruir e criar, ferir e curar. Através de uma das subdivisões dessa energia, a energia Brill, entraram em zonas ainda mais profundas da Terra, desmaterializando a rocha à sua passagem, e assim construíram novas cidades permitindo que a civilização intraterrena pudesse crescer. Antes dessa descoberta, no entanto, muitos, motivados pelas histórias do passado, resolveram ir à procura do berço da sua civilização. Ao chegarem à superfície ficaram maravilhados com o brilho do sol, com o azul celeste do céu, com o perfume deixado pela vegetação colorida. A natureza tinha recuperado, não havendo mais sinais da contaminação radioactiva. Dos que partiram foram muito poucos aqueles que voltaram, mas estes trouxeram histórias de um paraíso na superfície que aguçou a curiosidade e a imaginação dos povos do interior da Terra que de imediato se predispuseram a partir rumo a esse lugar. Os governantes dos mundos intraterrenos tiveram então que tomar uma decisão firme: proibir a partida para evitar que um dia chegassem à degeneração de outros tempos. Colocaram um prazo para a volta daqueles que já tinham partido. Findo esse prazo, as portas dos mundos intraterrenos seriam fechadas para sempre. E assim a unidade dos povos do interior da Terra foi salva de uma debandada geral que poderia pôr em causa tudo aquilo que tinham conseguido construir. Na superfície evoluiu uma humanidade paralela que com o tempo esqueceu a sua origem, dando expressão à raça Atlante, e assim foram quebrados os laços entre esses dois mundos que nunca mais se encontraram. Logo depois que os povos intraterrenos descobriram a energia Ono-Zone, um novo passo foi dado na sua crescente espiritualização quando os seres extraterrestres se deram a conhecer. Passaram, a partir de então, a acompanhar os seus irmãos da superfície, voando pelos céus do mundo como tutores da nossa raça, tendo alcançado o patamar de perfeição para o qual nós ainda caminhamos.
Sei que para os mais cépticos isto que vos contei não passa de uma história, e assim deve ser vista. Aos mais crédulos, por sua vez, digo para não aceitarem esta história como verdadeira. Todo o conhecimento tem que ser trabalhado em nós próprios, numa construção que nos leve à compreensão do mundo pelos nossos olhos e não pelos olhos de terceiros. O contrário disso seria hipotecar a nossa inteligência e a liberdade que temos de trilhar os nossos próprios caminhos. A história que contei é apenas o barro em bruto que cada um deverá moldar pelo seu próprio empenho; as ferramentas para uma introspecção que nos permita compreender tais assuntos em nós próprios. Devem, por isso mesmo, caso o assunto vos interesse, procurar outras fontes para que tenham uma visão mais alargada sobre o tema, e só depois deverão tirar as vossas conclusões sem nenhum tipo de preconceito que vos condicione nessa mesma procura.
Sem comentários:
Enviar um comentário