segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Crónicas Semanais no Blog Nemo Dolphin

ATLÂNTIDA


Muitos foram os livros que se escreveram sobre esse lugar lendário, contanto tantas histórias quantos os escritores e os investigadores que se debruçaram sobre o assunto. Desde Platão que no seu livro de Timeo disse: "Pois, naquele tempo, podia-se atravessar o mar. Tinha uma ilha diante dessa passagem que vós chamais as colunas de Hércules. Esta ilha era maior que a Líbia e a Ásia reunidas. Os viajantes daqueles tempos podiam passar desta ilha para outras ilhas, e dessas ilhas podiam alcançar o continente, na margem oposta deste mar que merecia verdadeiramente o seu nome", até Jiroff, cientista Russo, que define desta forma a geografia da Atlântida: "Segundo a nossa opinião, a Atlântida compunha-se de três partes: a ilha setentrional chamada Poseidonis, a de maior tamanho, situada ao pé do antiplano das actuais ilhas dos Açores; a estreita ilha central da Antília, situada mais ao Sul; e o Arquipélago Equatorial que chegava até às proximidades do Equador, perto dos actuais recifes de São Paulo". Muitos outros, no entanto, tentaram sempre encaixar tal mito dentro dos achados arqueológicos efectuados na zona do mediterrâneo, dizendo-se mesmo que a Atlântida poderia ser a ilha de Creta ou uma qualquer outra ilha da região. Esta foi sempre uma teoria contestada por muitos. É que a data que Platão refere como sendo a da destruição da Atlântida é muito anterior ao surgimento dos Minóicos, civilização que supostamente teria dado corpo a tal mito, assim como as dimensões da ilha que eram substancialmente superiores a todas aquelas que se pudessem considerar na região. Perante tais incongruências, os investigadores, segundo aqueles que sempre contestaram tal teoria, resolveram o problema de uma forma muito pouco séria, pois concluíram que se as datas referidas e as medidas apresentadas por Platão não coincidiam com aquelas que lhes seria conveniente considerar, só teriam que concluir que Platão se enganou. Ou seja, aquilo que ele quis dizer não foi aquilo que ele disse, mas exactamente aquilo que eles necessitavam que ele tivesse dito para que tudo encaixasse no devido lugar. No entanto, tal teoria não é completamente despropositada. É que ao contrário daquilo que sempre se julgou, a civilização Atlante não estava confinada às ilhas no oceano Atlântico e ao vasto continente do Pacífico, mas encontrava-se presente, também, no imenso vale que hoje é o mediterrâneo. Era um vale húmido e fértil, atravessado por rios que desciam desde as vertentes continentais. Com o fim da última era glaciar, no entanto, o leito dos oceanos foi subindo lentamente, aumentando a pressão sobre a enorme barreira que separava o oceano do vale e que estava situada na zona que hoje chamamos de Gibraltar. Ao poucos, depois das águas do oceano terem transposto essa mesma barreira, o vale foi sendo inundado lentamente até ao dia em que, tal como nas ilhas, enormes tremores de terra acabaram por destruir essa barreira, precipitando as águas do oceano numa enorme torrente de água que tudo destruiu. Muitas das histórias do dilúvio referem-se a esta catástrofe, pois nas ilhas não houve dilúvio algum, mas apenas o afundar dessas mesmas ilhas, assim como no continente do Pacífico que foi desmantelado por cataclismos vários que assolaram aquela região.
Algumas lendas também fazem referência à Atlântida, principalmente ao arquipélago do Atlântico. Os Mexicas, por exemplo, tribo que mais tarde veio a dar origem aos Astecas, acreditavam que os seus antepassados tinham vindo de um país chamado Aztlan. O livro sagrado dos Maias, por outro lado, Popol Vuh, contém um relato de uma visita que os três filhos do rei Quitzés fizeram a uma terra situada "a Este, nas margens do mar, da qual os seus antepassados tinham vindo". Segundo o relato, trouxeram desse país diversas inovações nas quais se incluía um sistema de escrita. Na Venezuela existe uma tribo de índios, os Párias, que acreditam que o seu povo provem de uma ilha no oceano Atlântico que em tempos remotos foi destruída por um terrível cataclismo e cujo nome era Atlan. Como podemos ver, a recordação desse passado manteve-se viva na cultura de muitos povos.

Mas regressemos à Atlântida. Durante esse ciclo, o quarto, os seres extraterrestres que nos criaram como raça, sempre se fizeram presentes perante a humanidade de então. Eles são os Deuses do passado, e fonte de toda a mitologia que chegou aos nossos tempos e que se encontra espalhada pelo mundo. Muitos desses deuses não eram extraterrestres, mas seres humanos a quem um determinado saber foi transmitido, permitindo que uma certa hierarquia de homens tivesse acesso a uma tecnologia que acabou por fazer destes, também, divindades. Divindades que se tornaram, com o passar do tempo, caprichosas, prepotentes, vingativas, dadas aos luxos e aos prazeres mais obstinados, como sempre foram retractadas em mitos e lendas várias. O conhecimento que foi transmitido a esses reis tinha como objectivo ajudá-los no acompanhamento do seu povo como forma de garantir um crescimento saudável e equilibrado dessa civilização do passado; uma missão que acabou por se desvirtuar com o passar dos milénios quando estes caíram na barbárie e na ignorância. Platão faz referência a isso mesmo quando nos diz no texto do Critias: "Mas quando o elemento divino foi diminuindo neles, devido ao cruzamento repetido com numerosos elementos mortais, quando dominou o carácter humano, então, incapazes já de suportar a sua prosperidade, caíram na indecência". Para que possam compreender este passar de testemunho, é importante ter presente que à medida que os povos vão crescendo e se tornam adultos, muitas das tarefas que até então são da responsabilidade dos seus progenitores, passam para estes como forma de os responsabilizar diante do universo. Quando os primeiros seres extraterrestres chegaram a este sistema solar, tiveram a missão de criar a humanidade Marciana e Venusiana. Quando estes povos se tornaram verdadeiramente conscientes dos propósitos que a eles estavam destinados, parte dessa missão passou para estes e foram eles que vieram até ao nosso planeta para criar a humanidade terrestre, dando início ao segundo ciclo solar. Aqui chegados cumpriram a sua missão até ao dia em que parte dessa humanidade, a intraterrena, se tornou, também ela, adulta, podendo, desse modo, assumir parte da missão que era da responsabilidade daqueles que nos criaram. Mas nem sempre a responsabilidade que se passa para as mãos dos outros é correspondida de forma eficaz. Aos reis da Atlântida foi concedido esse poder, o de acompanhar o seu povo nesse crescer espiritual, tarefa que foi correspondida durante muitos milhares de anos mas que acabou por se perder como refere Platão no seu texto.

Embora as guerras travadas entre esses reis do passado tivessem ocorrido apenas nos últimos séculos da existência Atlante, outras batalhas foram travadas em tempos pretéritos como referi no texto anterior. Batalhas entre os deuses como sempre foram retractadas, opondo os seres extraterrestres que chegaram até nós durante esse período, aos outros que vieram de Vénus e Marte e que tinham uma missão bem delineada: criar a humanidade terrestre, acompanhá-la e educá-la. Com a chegada desses intrusos, várias batalhas se travaram pela posse do planeta. Aqui reside toda a mitologia em volta do bem e do mal; dos exércitos de Deus e dos exércitos do Diabo-Lucifer-Mara-etc. O texto anterior terminava exactamente com o relato de uma dessas batalhas, e aqui vos deixo um outro que se encontra no volume de Drona Parva do Mahabharata:

"Os deuses que se ausentaram pelos ares hão-se regressar. Na verdade, eles temeram Mahecwara até hoje. Originalmente, os bravos Asuras possuíam três cidades no céu. Cada uma dessas cidades teve grandes dimensões e uma construção excepcional. Uma era feita de ferro, a segunda de prata, e a terceira de ouro. A cidade áurea pertenceu a Kamalaksha, a argêntea a Tarakakhasa, e a férrea esteve na posse de Vidyunmalin. Apesar de todas as armas de que dispunha, Maghavat não conseguiu impressionar essas cidades celestes. Sentindo-se perseguido, os deuses pediram a protecção de Rudra. Todos os deuses, tendo Vasava como porta-voz, foram até junto dele e disseram: "Esses horríveis habitantes das cidades recebem apoio de Brama! Por causa dessa ajuda, ameaçam o universo. Oh, senhor dos deuses, para além de Ti, ninguém é capaz de os derrotar! Por isso, oh Mahadeva, aniquila esses inimigos dos Deuses!(...) Xiva, o que voava com esse admirável carro composto de todas as forças celestes, preparou-se para destruir as três cidades. E Sthanu, o primeiro dos aniquiladores, esse destruidor dos Asuras, esse magnífico lutador de incompreensível bravura que é admirado pelos celestes... dispôs uma posição de combate extraordinária, única... Então, quando as três cidades se juntaram no firmamento, o deus Mahadeva trespassou-as com o seu terrível raio triplo. Os Danava foram incapazes de se opor a esse raio que era animado pelo fogo Yuga e composto por Vixnu e Soma. Enquanto as três cidades começaram a arder, Pavati acorria, apressadamente, para contemplar o espectáculo".

Por outro lado, a sexta estrofe do livro Dyzan diz o seguinte: "Tiveram que lutar entre os criadores e os destruidores, e lutas pelo espaço". Hoje, entre nós, já não se encontra essa civilização "destruidora" como é referido no livro Dyzan, mas apenas a "criadora". Numa linguagem figurada eu diria que as hostes de Deus venceram há muito as hostes do Diabo.

Depois dessas convulsões várias entre os "Deuses" e os "Demónios", a Atlântida chegou ao seu fim. A sua destruição é referida em quase todas as culturas do mundo através da mítica história do dilúvio. A de Noé todos conhecem e por isso abstenho-me de a referir, mas existem muitas outras. Na mitologia grega, por exemplo, os deuses inundaram o mundo e destruíram a raça humana devido à sua maldade. A lenda diz o seguinte: "Quando Zeus quis destruir os homens da idade do Bronze, Deucalião, advertido por Prometeu, construiu uma arca e, depois de armazenar nela o necessário, entrou nela com a sua mulher (...) Mas Deucalião, na arca, depois de flutuar durante nove dias e nove noites, tocou terra no monte Parnaso. Quando cessaram as chuvas desembarcou e ofereceu um sacrifício a Zeus". Temos também o dilúvio Babilónio que relata algo semelhante à história de Noé. Podemos assumir, sem grande erro, que todos estes relatos nasceram de uma só história, pois eram povos que viviam numa mesma região, no entanto, o relato do dilúvio vai muito para além das fronteiras do médio oriente e área circundante. O Popol Vuh, por exemplo, livro sagrado dos Maias, relata um acontecimento semelhante, dizendo: "Certo dia a terra tremeu e uma forte chuva caiu sobre a terra. As árvores e as casas caíram despedaçadas, as cavernas inundaram-se e o dia transformou-se em noite cerrada". No Mahabharata, texto que já referi várias vezes, relata-se como Brama avisou Manú, pai de todos os homens, que um grande dilúvio se avizinhava. Disse-lhe que deveria construir uma embarcação e colocar nela "os sete Rishis (Sábios) e todas as sementes especificadas pelos antigos grahmanes". Todas estas lendas falam de uma arca ou embarcação que teria resgatado certos homens da Atlântida. Essas figuras, no entanto, não representam pessoas individuais. Noé não é uma figura histórica mas uma comunidade, um povo, assim como Adão e Eva que são a representação alegórica da terceira raça da humanidade, aquela que deu origem aos povos intraterrenos e que hoje chamamos de raça Lemuriana. Temos, assim, um cataclismo que assolou um vasto lugar, e um povo que, por ordens de deus, ou seja, dos seres extraterrestres, construiu embarcações para salvar parte da humanidade e assim dar corpo à quinta raça que se veio a formar depois do dilúvio, a nossa raça actual. Mas nem todos conseguiram fugir nas embarcações destinadas à fuga. Alguns relatos de outras culturas atestam-nos que nos últimos tempos alguns povos foram resgatados directamente por esses seres extraterrestres. Várias tribos das Filipinas, por exemplo, acreditam que os primitivos homens que eles chamam de "atás" morreram afogados depois das águas terem coberto a terra, à excepção de uma mulher e um homem que foram salvos por uma águia que se ofereceu para transportá-los sobre as suas asas. Os esquimós, por outro lado, têm uma lenda semelhante. Acreditam que os seus antepassados viviam num outro país, mas que devido a um grande dilúvio as pessoas morreram, salvando-se apenas aquelas que foram levadas por enormes pássaros.

Mas terá sido esse dilúvio universal? Não creio que assim tenha sido. Como referi anteriormente, nas ilhas do Atlântico e no continente do Pacífico não houve dilúvio algum, mas apenas o afundar e o desmantelar dessas massas de terra o que, de alguma forma, teria um efeito semelhante ao de um dilúvio aos olhos daqueles que tivessem passado por tal experiência. Por outro lado, o dilúvio que inundou o vale do mediterrâneo foi bem localizado, não transpondo os limites desse mesmo vale. Podemos também concluir da não universalidade desse dilúvio, pelo facto de os índios Hopis, que surgiram dos formigueiros subterrâneos após a destruição do terceiro mundo, como eles referem na sua lenda, julgarem que ainda se encontram no quarto mundo, quando na realidade já estamos no quinto. Não tendo chegado o dilúvio, ou os cataclismos que assolaram as ilhas do Atlântico e o continente do Pacífico, ao planalto onde sempre viveram, e que fica situado entre os estados do Utha, Colorado, Novo México e Arizona, tudo ficou como sempre esteve, e por isso mesmo, não tendo havido mudança alguma, o ciclo manteve-se o mesmo, ou seja, o quarto.

Depois dos vários cataclismos que destruíram as ilhas do Atlântico e o vasto continente do Pacífico, por volta do ano 10.000aC, muitos foram os povos que se espalharam pelo mundo levados pelas várias "arcas". Aqueles que viviam no continente do pacífico deram origem às civilizações do oriente. Os que deixaram o vale do mediterrâneo, depois da sua inundação, subiram as vertentes continentais sedentarizando-se em volta do mar que entretanto de formou, e por fim, os povos que habitavam as ilhas do atlântico, colonos vindos em épocas remotas do berço dessa civilização que ficava no oriente, emigraram para o continente Americano. Todos eles, ao desembarcarem nas novas terras, após os cataclismos vários que assolaram o mundo inteiro, introduziram a agricultura que até então era estranha às culturas nativas, instalando-se em pequenas comunidades que reflectiam a vivência civilizada de muitos milhões de anos de uma grandiosa civilização, embora com eles apenas tivessem transportado o essencial, como nos relatam todas as história do dilúvio. Criaram sistemas de rega e domesticaram animais, alguns deles trazidos nessas mesmas “arcas”, e assim abriram as portas para que milhares de anos depois novas civilizações pudessem germinar, todas elas fundadas a partir de uma cosmogonia comum; restos de uma memória dos tempos da grande Atlântida.

Hoje estamos no quinto ciclo da humanidade ao longo do qual se estabeleceram vários contactos entre os seres intraterrenos e os povos da superfície. São eles que nos têm vindo a acompanhar como um irmão mais velho, depois de terem atingido a maioridade como raça consciente dos verdadeiros propósitos do universo. Aquilo que referi em textos anteriores como sendo contactos extraterrestres ao percorrer o velho testamento, na realidade não o foram, mas sim contactos com os seres do interior da terra que sempre tentaram elevar a espiritualidade dos povos da superfície. Estamos agora a viver, uma vez mais, tempos de transição, avizinhando-se o sexto ciclo da humanidade... mas esse é um assunto para o próximo texto.

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