Apresentação
Neste conjunto de textos que partilho convosco, gostaria de começar por me apresentar na postura de quem nada vos quer impor. Irei partilhar estes textos convosco com o intuito de vos fazer chegar um conhecimento que apenas o será se cada um de vocês assim o entender. Nada deve ser forçado, e muito menos a verdade, seja ela qual for. Em assuntos relacionados com a nossa espiritualidade, o verdadeiro conhecimento é aquele que cada um de nós, individualmente, compreender das coisas do mundo como um espelho a nós próprios, transportando-o para os outros na sinceridade de um gesto que não deve ser apresentado como uma verdade absoluta ou universal, mas apenas como a verdade daquele que partilha esse conhecimento sem nada querer forçar no desejo de convencer os outros do que quer seja. A atitude contrária seria privar cada pessoa de amadurecer em si mesmo, de construir pelo seu próprio empenho essa mesma espiritualidade. Aceitar de uma forma passiva as verdades emprestadas de outros é hipotecar a nossa inteligência e a nossa liberdade, pois todos nós somos capazes de construir, de compreender e ser tudo aquilo que os outros são nessa mesma dimensão espiritual, criando em nós os caminhos do nosso próprio destino. Crescer espiritualmente é, desse modo, recusar tudo aquilo que é servido de bandeja. É deixar o conforto do sofá onde nos acomodámos às verdades dos outros e empreender em nós próprios essa marcha que nos possibilitará pensar cada gesto de um mundo tão diverso; interpretar cada palavra sem nos sujeitarmos a ela de uma forma cega e obcecada, interiorizando em liberdade todos os sons, melodiosos ou dissonantes, deixados pelas fragrâncias de uma existência que tudo nos tem para ensinar, não porque alguém o disse, mas porque descobrimos em nós que assim era. Que todo o conhecimento formal que possamos adquirir seja unicamente um instrumento de trabalho na construção dessa verdade, mas que não seja confundido com a própria verdade. É que esta não é feita sobre aquilo que temos, mas sobre aquilo que somos. Estas palavras que partilho convosco, assim como todas as outras que poderão encontrar nas mais variadas religiões ou filosofias, são apenas o martelo e o cinzel, e essa é a sua importância, mas a verdade é a pedra que cada um de vocês for capaz de esculpir com esses instrumentos. Por isso, procurem a verdade em vós próprios, na compreensão que fizerem do mundo pelos vossos olhos e não pelos olhos de terceiros. E depois partilhem com os outros essa graça sem que nada seja imposto na vontade de os convencer das vossas certezas, pois estas apenas são universais na dimensão interior daquele que as interpreta. Lembrem-se que a vossa verdade é, para os demais, apenas instrumentos de trabalho que cada um poderá usar, ou não, na construção de si mesmo.
Em relação aos textos, gostaria de vos dizer que não existem autores de ideias mas apenas pessoas que as materializam. Da mesma forma que um pintor ao dar expressão a uma árvore não poderá nunca ser considerado como o autor da árvore por ele observada, mas apenas da imagem representada dessa mesma árvore, as ideias, também elas, não pertencem àquele que as escreve; elas já existem como potencial a ser realizado e sempre existirão independentemente de quem as interpreta. Considero-me, por isso mesmo, um pintor de ideias, materializando em palavras o resultado de uma observação interior e muito particular. Os textos são, por isso mesmo, um esboço dessa verdade maior, e não a verdade em si mesmo. São a representação de uma sabedoria pessoal, válida como tal apenas na dimensão interior de mim mesmo. A cada um de vós compete-vos criar o vosso próprio esboço, usando os demais, incluindo este que partilho convosco na forma de textos, apenas como fonte de inspiração e nunca como a forma final e definitiva da imagem que esse mesmo esboço pretende representar. Que possam construir a vossa própria sabedoria ao esboçarem os contornos dessas mesmas ideias sem se subordinarem às linhas instituídas de quem não compreendeu que uma obra de arte apenas o é no olhar daquele que a interpreta e nunca como uma verdade absoluta que se impõe. A obra de arte é a vossa verdade pessoal, essa imagem esculpida no esforço de quem tentou compreender a vida pelos seus olhos. Interpretar a árvore que temos diante de nós não é, por isso mesmo, comprar um quadro que contenha essa mesma árvore, por mais valioso que este seja, mas tentar pintá-la na compreensão que dela fizermos.
Bem...fiquei entusiasmada e "tava" a gostar do que estava a ler quando de repente...pufffff acabou-se!!!!!!
ResponderEliminarQuero ler mais coisas....
E estou ansiosa pelo que poderá vir dessa tua cabecinha iluminada...
Faz favor de trabalhar, pra eu poder deliciar-me ok???
jinhos
Paula M.
NAMASTÉ!
É claro que vou continuar a colocar mais posts, isto foi só a apresentação.
ResponderEliminarAmanhã devo colocar o próximo... espero que gostem e que partilhem também as vossas ideias em relação aos assuntos postados...
Fiquem bem e acordem em cada dia com um Grande sorriso pra vida :)