sexta-feira, 29 de maio de 2009

Crónicas Semanais no Blog Nemo Dolphin

PENSAMENTO DO DIA
Porque é que só poderemos investir em desgraça e não em coisas boas, sem no entanto precisarmos de desgraça como estímulo para isso ?
Afinal :
PACIÊNCIA = PAZ + CIÊNCIA ( A ciência da PAZ ).

sábado, 23 de maio de 2009

Crónicas Semanais no Blog Nemo Dolphin

DEUS - AMOR

Introdução

Para começar, gostaria de partilhar convosco um texto que escrevi há cerca de nove anos. Surgiu-me num daqueles momentos raros de inspiração, sem que eu tivesse tempo de pensar cada palavra. Muitas foram as vezes que me interroguei sobre a origem do texto. Nunca pus de parte a hipótese deste ter sido inspirado por alguém, embora não tenha aprofundado tal possibilidade. Vejo as palavras como o vento, libertas de amarras ou obstáculos, senhoras de si mesmo sem donos nem patronos. O texto, escrito por mim ou por alguém através mim, vale pelo conteúdo que cada um de vocês, individualmente, encontrar em cada palavra. E quando assim acontece, estas deixam de ser daquele que as disse, para passarem a ser daquele que as interpreta; deixam de ser as palavras daquele que as escreveu, para passarem a ser as mesmas palavras que já existem dentro de cada um de nós. Não é por isso importante saber a fonte da sua proveniência, pois se as tomarmos como nossas, na compreensão que delas fizermos, então é porque também nos pertencem.
Deus - Amor
Muitos de vós interrogai-vos sobre a natureza e origem de Deus. Quem é afinal esse ser que nos motiva na fé de tantas religiões? Digo-vos que Deus não é uma ideia nem tão pouco uma teoria. Se o procurarmos na racionalidade dos nossos próprios preconceitos, nada poderemos vivenciar. Deus não é para ser teorizado, mas sim interiorizado na fé que soubermos construir através da intuição: esse murmúrio eterno que nos chega sem nunca nos ter deixado. Se procurais Deus, deveis olhar para vós próprios, compreendendo que em nós estão todas as respostas. Mas quem é Deus, afinal? Digo-vos que ele é a água que corre em cascata nos riachos da montanha, é as árvores que se curvam delicadamente sobre a brisa das planícies, dando voz ao vento que nelas se torna presente. Ele é o voo suave dos pássaros, a voz cristalina de uma manhã deliciosamente pronunciada na saudade de um tempo onde tudo era perfeito. Ele é a luz espreguiçada de um sol que nos alimenta, a espuma rebelde de um mar tornado consciência nas memórias de um futuro que se pressagia equilibrado. Ele somos nós; cada um no olhar contrário de todos os outros. Conhecer Deus é sabê-lo na natureza de toda a criação, compreendendo que todos somos um só. Um único ser, uma mesma consciência. Contudo, a verdade por Ele transmitida não pode ser martelada na mente do Homem, pois este nada compreenderá. Tem que nascer na interioridade de cada um, motivada pela força concreta de um caminho por nós iniciado. De nada serve todo o conhecimento que possamos adquirir se em nós não existir a vontade necessária para lhe dar forma e conteúdo. É que a virtude não está na verdade, mas no empenho que fizermos para alcançá-la. Apenas quem souber segurar as palavras na sua essência mais profunda, cultivando-as como sementes de uma árvore por germinar, poderá verdadeiramente compreender todos os ensinamentos que lhe são propostos. E estes, como muitos já sabem, resumem-se a um único mandamento: Amar a todos como a nós próprios. Se compreendermos que na existência contrária de vidas que não a nossa, tudo se harmoniza numa mesma identidade, então facilmente poderemos aceitar a ideia de que essas vidas, afinal, não são assim tão contrárias. Todos somos seres humanos e nisso nada nos distingue. Assim, deixar de amar alguém é não amar uma parte nós próprios, já que essas pessoas também são UM connosco. É dizer que eu amo a minha mão direita mas não amo a minha mão esquerda, e se eu não amo a minha mão esquerda então não posso amar o corpo por inteiro. Iludam-se aqueles que julgam que é possível amar uma mão e não amar a outra, pois se é verdadeiro amor que sentimos pela primeira, forçosamente teremos que amar a segunda caso contrário nada sabemos do amor. O amor, no entanto, não pode ser repartido segundo as nossas necessidades. Ele é único na sua essência, pois nada existe para além dele. É como a voz da mãe que chega ao útero vindo de fora; um murmúrio suave que nos chega sem nunca nos ter deixado, que nos transporta sem nunca nos ter levado. É como a voz do vento que traz até nós as fragrâncias da nossa terra, como o serpentear do ribeiro que nasce na cascata da montanha e que nos faz recordar o futuro de uma existência onde nos tornaremos um só com Deus. Digo-vos que o amor é a razão que motiva todo o universo, a força vital inerente a toda a criação. É único, indivisível. É isso que Deus espera de nós. Que saibamos amar a todos, pois só assim é que verdadeiramente poderemos senti-Lo, compreendê-Lo e Sê-Lo.

sábado, 16 de maio de 2009

Crónicas Semanais no Blog Nemo Dolphin


Apresentação

Neste conjunto de textos que partilho convosco, gostaria de começar por me apresentar na postura de quem nada vos quer impor. Irei partilhar estes textos convosco com o intuito de vos fazer chegar um conhecimento que apenas o será se cada um de vocês assim o entender. Nada deve ser forçado, e muito menos a verdade, seja ela qual for. Em assuntos relacionados com a nossa espiritualidade, o verdadeiro conhecimento é aquele que cada um de nós, individualmente, compreender das coisas do mundo como um espelho a nós próprios, transportando-o para os outros na sinceridade de um gesto que não deve ser apresentado como uma verdade absoluta ou universal, mas apenas como a verdade daquele que partilha esse conhecimento sem nada querer forçar no desejo de convencer os outros do que quer seja. A atitude contrária seria privar cada pessoa de amadurecer em si mesmo, de construir pelo seu próprio empenho essa mesma espiritualidade. Aceitar de uma forma passiva as verdades emprestadas de outros é hipotecar a nossa inteligência e a nossa liberdade, pois todos nós somos capazes de construir, de compreender e ser tudo aquilo que os outros são nessa mesma dimensão espiritual, criando em nós os caminhos do nosso próprio destino. Crescer espiritualmente é, desse modo, recusar tudo aquilo que é servido de bandeja. É deixar o conforto do sofá onde nos acomodámos às verdades dos outros e empreender em nós próprios essa marcha que nos possibilitará pensar cada gesto de um mundo tão diverso; interpretar cada palavra sem nos sujeitarmos a ela de uma forma cega e obcecada, interiorizando em liberdade todos os sons, melodiosos ou dissonantes, deixados pelas fragrâncias de uma existência que tudo nos tem para ensinar, não porque alguém o disse, mas porque descobrimos em nós que assim era. Que todo o conhecimento formal que possamos adquirir seja unicamente um instrumento de trabalho na construção dessa verdade, mas que não seja confundido com a própria verdade. É que esta não é feita sobre aquilo que temos, mas sobre aquilo que somos. Estas palavras que partilho convosco, assim como todas as outras que poderão encontrar nas mais variadas religiões ou filosofias, são apenas o martelo e o cinzel, e essa é a sua importância, mas a verdade é a pedra que cada um de vocês for capaz de esculpir com esses instrumentos. Por isso, procurem a verdade em vós próprios, na compreensão que fizerem do mundo pelos vossos olhos e não pelos olhos de terceiros. E depois partilhem com os outros essa graça sem que nada seja imposto na vontade de os convencer das vossas certezas, pois estas apenas são universais na dimensão interior daquele que as interpreta. Lembrem-se que a vossa verdade é, para os demais, apenas instrumentos de trabalho que cada um poderá usar, ou não, na construção de si mesmo.
Em relação aos textos, gostaria de vos dizer que não existem autores de ideias mas apenas pessoas que as materializam. Da mesma forma que um pintor ao dar expressão a uma árvore não poderá nunca ser considerado como o autor da árvore por ele observada, mas apenas da imagem representada dessa mesma árvore, as ideias, também elas, não pertencem àquele que as escreve; elas já existem como potencial a ser realizado e sempre existirão independentemente de quem as interpreta. Considero-me, por isso mesmo, um pintor de ideias, materializando em palavras o resultado de uma observação interior e muito particular. Os textos são, por isso mesmo, um esboço dessa verdade maior, e não a verdade em si mesmo. São a representação de uma sabedoria pessoal, válida como tal apenas na dimensão interior de mim mesmo. A cada um de vós compete-vos criar o vosso próprio esboço, usando os demais, incluindo este que partilho convosco na forma de textos, apenas como fonte de inspiração e nunca como a forma final e definitiva da imagem que esse mesmo esboço pretende representar. Que possam construir a vossa própria sabedoria ao esboçarem os contornos dessas mesmas ideias sem se subordinarem às linhas instituídas de quem não compreendeu que uma obra de arte apenas o é no olhar daquele que a interpreta e nunca como uma verdade absoluta que se impõe. A obra de arte é a vossa verdade pessoal, essa imagem esculpida no esforço de quem tentou compreender a vida pelos seus olhos. Interpretar a árvore que temos diante de nós não é, por isso mesmo, comprar um quadro que contenha essa mesma árvore, por mais valioso que este seja, mas tentar pintá-la na compreensão que dela fizermos.

Crónicas Semanais no Blog Nemo Dolphin

Olá a todos...
Nestas próximas semanas irei partilhar convosco alguns textos que escrevi há já algum tempo...
Espero que gostem e comentem... Partilhem as vossas ideias também...