Estamos hoje no limiar de um novo despertar para a humanidade; do ressurgir de uma consciência livre do materialismo do passado, profunda na sabedoria de um povo que irá finalmente descobrir a verdadeira identidade da sua essência. Uma humanidade liberta das amarras que fizeram desta escrava de um mundo cego de si mesmo, prostrada diante da sua própria ignorância, diante da ausência de uma memória infinita nas recordações de tantas outras existências. Iremos deixar os caminhos de uma adolescência rebelde; quebrar os laços que nos aprisionaram a religiões, filosofias, teorias e postulados, libertarmo-nos de adornos, de rituais, de fórmulas e equações, reconhecendo a verdade na essência de todas as coisas e não nas formas angulares do pensamento feito à imagem do homem para servir os seus interesses e conveniências; para justificar a sua própria irresponsabilidade. Entre nós temos aqueles que sempre compreenderam essa verdade. Eles são os filhos da terra, as tribos nativas de diferentes culturas que tanto nos têm para ensinar se soubermos cultivar a humildade daqueles que compreendem que a sabedoria não é património de uns quantos, mas de todos aqueles que souberem interpretar o mundo na simplicidade dos seus gestos. Vivemos numa civilização de grandes conhecimentos, mas de sabedoria escassa. Esses povos, pelo contrário, têm um conhecimento escasso das coisas que tomamos como importantes, mas grande é a sabedoria que manifestam na postura que têm para com o mundo. Como já nos dizia um dos chefes da tribo dos índios Hopis: “Se o homem branco parasse de tentar ensinar-nos o cristianismo e começasse a ouvir o que o Grande Espírito ensinou aos Hopis, tudo voltaria à harmonia com a natureza. Do jeito como as coisas estão, o homem branco está a destruir este país”.
Nos tempos de hoje, muitas são as culturas nativas que têm tentado alertar os povos do mundo para o que está para vir de catastrófico se o homem não mudar as suas condutas e comportamentos. Têm revelado muitas das suas tradições e profecias por compreenderem a importância dos tempos presentes para o futuro da humanidade. Muitos deles percorrem o mundo em conferências várias como forma de nos alertarem para os perigos que se avizinham se não nos renovarmos como raça. É a voz daqueles que falam do fundo do coração, que nada têm a ganhar sobre aquilo que anunciam, como muitos outros que comerciam este tipo assuntos, mas que de uma postura humilde e sincera querem simplesmente salvar o mundo. Em contrapartida, nós discutimos em cimeiras as percentagem, os números, os interesses e as conveniências, jogamos à roleta russa com uma arma repleta de balas em brincadeira tão inocentes quanto irresponsáveis, mas que caracterizam muito bem aqueles que sempre se consideraram como os povos civilizados, os instrutores do mundo e da humanidade. Uma civilização que nada fez de verdadeiramente importante para evitar uma catástrofe que, pela postura dessa mesma civilização, não terá mais volta. Aqueles que sempre considerámos como primitivos nos seus costumes, são exactamente os que tanto nos têm para ensinar, pois os ignorantes de sabedoria, embora cheios de conhecimentos, sempre fomos nós e não eles. Dizem-nos para vivermos como irmãos neste mundo, de uma forma simples e harmoniosa para com todas as coisas vivas, procurando nessa sintonia um caminho que nos resgate deste mundo que criámos. Que saibamos, pois, ouvir a voz desse irmão mais velho que tanto nos tem para ensinar. Mas primeiro, claro está, teremos que descer dos pedestais onde nos colocámos e humildemente reconhecer a arrogância das nossas atitudes e a ignorância dos nossos comportamentos.
As mensagens desses povos nativos são todas elas concordantes. Dizem que estamos a entrar num período de purificação e que iremos presenciar momentos de caos e destruição em todos os reinos da natureza. Dizem que estes são os tempos para que as raças se reúnam, para que as barreiras religiosas e de nacionalidade sejam derrubadas, no fundo, o momento certo para que os povos compreendam a unidade de todas as coisas. Dizem, também, que devemos reparar os danos feitos à natureza, a fonte de toda a vida, e que todas as coisas vivas estão imersas num só espírito. Tentam-nos alertar para os tempos difíceis que se aproximam assim como da chegada de grandes instrutores do passado que irão guiar a humanidade.
Mas debrucemo-nos sobre o que algumas dessas culturas nativas nos têm para dizer. E comecemos pelos Hopis, uma tribo índia que vive no planalto negro a norte do Arizona. Em 1948, os mais velhos da tribo aceitaram a tarefa de avisar o mundo acerca daquilo que as suas profecias relatavam. Apenas 44 anos depois, em 1992, é que conseguiram, finalmente, dirigir-se à assembleia das nações unidas. Um ano depois, uma nova conferência, chamada “A conferência do choro da terra”, reuniu os líderes de sete nações índias que revelaram, uma vez mais, as suas profecias. As profecias dos índios Hopis falam da devastação gradual dos processos naturais da Terra devido à interferência do homem. Referem, também, o retorno de Pahana, que eles consideram como sendo o seu verdadeiro irmão branco que os deixou em tempos passados prometendo regressar e que trará com ele “a madrugada da quinta era, plantando as sementes da sua sabedoria nos nossos corações”. Dizem que o quarto mundo está para terminar, iniciando-se o quinto.
Os aborígenes da Austrália, por sua vez, acreditam que os minerais são uma parte importante da grelha energética do planeta e por isso estão bastante preocupados com a extracção mineira que se faz nos tempos de hoje. Em 1975, os mais velhos reuniram-se em Canberra com o aviso de grandes cataclismos para o planeta como resultado da desordem provocada pelo homem. Disseram às pessoas para irem pelo mundo com a sua sabedoria; para se prepararem para um tempo futuro onde todos iriam regressar aos costumes do passado, juntando-se em volta de uma só nação.
Na América do sul, a tribo Kopi que vive na Serra Nevada de Santa Marta na Colômbia, é uma das poucas que conseguiu manter-se isolada da dita civilização, não tendo sido corrompida pelos seus costumes. Intitulam-se como “os irmãos mais velhos” e tentam avisar-nos que a terra está a morrer. Dizem-nos: “Quando a terra morrer todos morrerão com ela”.
Muitas das profecias Incas, por outro lado, sempre previram a chegada do homem branco. Dizem mesmo que, depois da sua chegada, iriam ter 500 anos de materialismo. Hoje, muitos dos sábios das várias tribos do Peru avisam-nos que este ciclo está para terminar e que a nova era irá “assinalar o retorno da luz ao planeta. Estes são os tempos do cumprimento de todas as profecias”. Alguns andam pelo mundo a ensinar algo de tão simples, mas ignorado por muitos: “A humanidade deve-se curar a ela própria. Regressemos à nossa verdadeira identidade, à essência daquilo que somos e que abandonámos quando procurámos pela felicidade noutros lugares que não em nós próprios”. Dizem-nos que não têm nenhum Cristo que lhes diga “sigam os meus passos”. Pelo contrário, ensinam-nos que devemos seguir os nossos próprios passos de uma forma responsável e equilibrada: “Que aprendamos com os rios, com as árvores, com as rochas. Que honremos o Cristo e todos os nossos irmãos deste planeta. Que honremos a Terra e o Grande Espírito. E por fim, que nos honremos a nós próprios e a toda a criação”. Dizem-nos, também, que o mundo está para terminar tal como o conhecemos, mas que no fim dessas mudanças catastróficas, um novo ciclo despertará, iniciando-se um milénio dourado na Terra. Depois devemos deixar de nos preocupar com aquilo que fomos no passado, para nos preocuparmos com aquilo que iremos ser no futuro.
Em todos estes testemunhos existe uma consistência nos propósitos e uma coerência nas atitudes, pois todos falam da necessidade de reconciliação entre as raças do mundo. Os povos nativos estão a abrir as portas das suas culturas às pessoas de todas as raças. Os mais velhos dizem-nos que a cada tribo foi atribuído um plano para ser cumprido e que estes são os tempos para curar o passado, apesar dos séculos de sofrimento e perseguições várias. É o momento certo para nos juntarmos e trabalharmos em harmonia como forma de reabilitar o planeta e iniciar uma era de paz. Esses povos, perseguidos durante tanto tempo, quase extintos pela prepotência de quem sempre se julgou superior, mostram-nos hoje o caminho para a verdadeira fraternidade entre os homens sem rancor algum pelo passado e de mão estendida para com todos os seus irmãos.
Estamos hoje no final de mais um ciclo planetário. Esses são os avisos que todas as tribos nativas nos têm para dar. Sei que para muitos é difícil aceitar tudo isto que vos conto, e daí não vem mal algum, no entanto, mesmo que não acreditem em tais coisas, algo não poderão ignorar: este é um mundo sem futuro tal como o conhecemos hoje. O planeta acabará por reagir de uma forma violenta contra a agressão de uma entidade que se tornou estranha a ele: todos nós. Somos células cancerosas num corpo que não quer morrer, e por isso mesmo iremos sofrer as consequências dessa força que tudo fará para se manter viva.
Depois das mudanças que se avizinham, a nova raça irá povoar um planeta renovado, dando corpo ao novo ciclo que se anuncia. Uma raça consciente da sua verdadeira identidade, o que fará do novo ciclo um ciclo de paz e harmonia. Dar-se-á então o encontro dos dois irmãos separados no passado. Os povos intraterrenos regressarão à superfície com a sua cultura, sabedoria e tecnologia, e juntos construirão as bases de um mundo verdadeiramente civilizado. Uma civilização que irá alcançar grandes feitos quando se tornar consciente do destino que a espera, pois um dia, tal como aqueles que nos criaram no passado, também esta se tornará criadora de povos neste e noutros sistemas solares, assumindo para si parte da responsabilidade que em tempos esteve nas mãos daqueles que nos acompanharam e educaram.
Termino com uma última profecia, esta pertencente aos Astecas:
“Na era do sexto sol tudo o que estará escondido será revelado. A verdade irá ser a semente da terra, e os filhos do sexto sol serão aqueles que viajarão pelas estrelas”