UMA BREVE DISSERTAÇÃO
Ao longo dos tempos fizemos de Deus um parceiro de lutas, de guerras; um partidário de religiões, senhor único das nossas conveniências... como se Deus alguma vez pudesse ter religião! Muitos esqueceram-se da essência de tudo aquilo que sempre foi transmitido ao homem e que lhes falava de amor e não de sangue, de compaixão e não de violência, de humildade e não de soberba. Negaram a verdade que se encontra espalhada pelos povos do mundo, julgando que esta era património de uns quantos. Embora a verdade seja uma construção pessoal, motivada pelo empenho que cada um colocar nessa procura, em cada cultura encontraremos partes de um puzzle que cada um de nós deverá construir em si mesmo. E é no juntar de cada pedaço desse puzzle, sem nos cristalizarmos nele, que tudo ganhará um verdadeiro significado para nós como seres espirituais que somos, compreendendo que não podemos construir essa obra se nos fecharmos em nós próprios. Ignorar os outros na diversidade dos seus caminhos, é julgar que a peça que temos é o puzzle por inteiro; iludidos nos encontraremos se o fizermos, pois é apenas na totalidade das peças que poderemos um dia reconhecer a imagem que nelas se encontra oculta. Saber olhar para os demais é crescer em nós próprios no reconhecimento que todos são parte de uma mesma história. É imaginar cada pessoa como membros de um só corpo, partes importantes na totalidade desse corpo que sem o todo ficaria privado da plenitude da sua existência.
Mas essa diversidade confunde-nos. Não compreendemos, por exemplo, porque é que sendo Ele um só, muitas são as religiões e as interpretações que Dele fazemos. O que ignoramos, no entanto, é que Deus espelha-se em cada cultura pelos olhos daqueles que o tentam compreender, falando numa linguagem diversa mas não contraditória. Só vê contradições quem não compreende as particularidades de cada povo, de cada cultura; do olhar diferente de quem observa o mundo com outros olhos. Se eu vos escrevo em português é porque essa é vossa língua, mas se o mesmo quisesse dizer a um chinês, certamente que teria que o fazer numa língua diferente, mantendo, no entanto, o mesmo conteúdo. Se vos escrevo nestes termos é porque todos vocês são adultos, mas se o mesmo quisesse dizer a uma criança, certamente que teria que usar de outras palavras. As religiões do mundo são apenas isso mesmo: palavras diferentes de uma mesma mensagem.
Se de uma forma análoga tomarmos as palavras de Deus como sendo uma melodia, então nesta encontraremos a sua mensagem, independentemente do povo que a interpreta. Contudo, consoante a cultura de cada povo assim será a compreensão que cada um fará dessa mesma melodia. Enquanto um Português interpretá-la-á sobre a forma de um Fado, um Brasileiro fá-lo-á sobre a forma de um Samba. Enquanto um Argentino interpretá-la-á sobre a forma de um Tango, um Austríaco fá-lo-á sobre a forma de uma Valsa. E embora os instrumentos, os vários ritmos e a alma colocada nessas interpretações seja diferente, na sua essência todos tocam a mesma melodia. Quando Deus fala aos homens através de profetas, através das entidades espirituais que se manifestam como tutores da humanidade, ele fá-lo com o intuito de fazer passar um conhecimento que ajude o homem a deixar os caminhos da infantilidade para se tornar, de uma vez por todas, adulto responsável diante do mundo e do universo. Mas Deus não pode caminhar pelas nossas pernas, pois se o fizesse nunca cresceríamos. Temos que ser nós a dar esses passos na vontade de sermos melhores; de aprendermos, com o tempo, a deixar os caminhos de uma adolescência rebelde, e procurar construir as bases de uma existência adulta e responsável.
Mas essa diversidade confunde-nos. Não compreendemos, por exemplo, porque é que sendo Ele um só, muitas são as religiões e as interpretações que Dele fazemos. O que ignoramos, no entanto, é que Deus espelha-se em cada cultura pelos olhos daqueles que o tentam compreender, falando numa linguagem diversa mas não contraditória. Só vê contradições quem não compreende as particularidades de cada povo, de cada cultura; do olhar diferente de quem observa o mundo com outros olhos. Se eu vos escrevo em português é porque essa é vossa língua, mas se o mesmo quisesse dizer a um chinês, certamente que teria que o fazer numa língua diferente, mantendo, no entanto, o mesmo conteúdo. Se vos escrevo nestes termos é porque todos vocês são adultos, mas se o mesmo quisesse dizer a uma criança, certamente que teria que usar de outras palavras. As religiões do mundo são apenas isso mesmo: palavras diferentes de uma mesma mensagem.
Se de uma forma análoga tomarmos as palavras de Deus como sendo uma melodia, então nesta encontraremos a sua mensagem, independentemente do povo que a interpreta. Contudo, consoante a cultura de cada povo assim será a compreensão que cada um fará dessa mesma melodia. Enquanto um Português interpretá-la-á sobre a forma de um Fado, um Brasileiro fá-lo-á sobre a forma de um Samba. Enquanto um Argentino interpretá-la-á sobre a forma de um Tango, um Austríaco fá-lo-á sobre a forma de uma Valsa. E embora os instrumentos, os vários ritmos e a alma colocada nessas interpretações seja diferente, na sua essência todos tocam a mesma melodia. Quando Deus fala aos homens através de profetas, através das entidades espirituais que se manifestam como tutores da humanidade, ele fá-lo com o intuito de fazer passar um conhecimento que ajude o homem a deixar os caminhos da infantilidade para se tornar, de uma vez por todas, adulto responsável diante do mundo e do universo. Mas Deus não pode caminhar pelas nossas pernas, pois se o fizesse nunca cresceríamos. Temos que ser nós a dar esses passos na vontade de sermos melhores; de aprendermos, com o tempo, a deixar os caminhos de uma adolescência rebelde, e procurar construir as bases de uma existência adulta e responsável.